domingo, 1 de fevereiro de 2009

De repente

















De repente, não mais que de repente,
Como diria Vinícius de Moraes...


As coisas aconteceram assim,
como um passe de mágica
um piscar de olhos
um suspiro...


Os dias se passavam com a leveza de um pássaro no céu
nenhum sinal de mudança, de descontinuidade.
Apenas um sorriso
uma palavra tênue
um toque, um beijo...

Quando percebi, me vi apaixonada
o coração palpitando
as mãos trêmulas
a presença constante, mesmo sob ausência
Um leve arrepio sobre a pele...


Já era tarde demais

Os dias mudaram
as cores tornaram-se mais vivas
a sensação de alegria aumentavam
até mesmo o tédio tinha um gosto diferente
povoado pela lembrança dos momentos vividos...


E assim
tão de repente quanto veio
foi-se...

Não se sabe como, quando, onde, porque...
mas se foi

Foi-se o amor
mas deixou comigo os suspiros
as recordações
os gostos
as sensações
e um coração cheio de paixão...


Mesmo sem saber como
essa paixão continua aqui
pertencia a nós
agora só pertence a mim

É muito grande e pesada pra eu carregá-la sozinha
machuca, fere
e as feridas vão deixar cicatrizes eternas...